segunda-feira, 8 de outubro de 2012



"Oh minha terra
minha aventura
casca de noz
desamparada.
Oh minha terra
minha lonjura
por mim perdida
por mim achada."
(Simone de Oliveira - Desfolhada)

Deixo-vos mais uma canção que é um marco na nossa história.
Como se sabe, numa época aonde a censura era bastante activa, esta música escrita pelo "génio" José Carlos Ary dos Santos e a garra da "Simone de Oliveira" foi um safanão numa sociedade de falsos moralismos, onde a pobreza, uma guerra colonial desvastadora, deram o início de um " vento de mudança" que resultaria no 25 de Abril de 1974.

Como previa, a alternativa á subida da TSU foi resolvida com mais subida de impostos seguido de um discurso de ministro das finanças em que valoriza o povo pelo "apertão de cinto" que tem feito.
Já não há pachorra para os discursos daquele homem, nem de qualquer membro do governo, e até mesmo para alguns discursos de comentadores da nossa praça, que hoje sabem muito bem avaliar a situação do país e as medidas de austeridade, mas que há poucos anos atrás desta crise começar não se ralavam com os gastos do estado, nem com a corrupção há muito instalada.

Esta sexta-feira passada ficamos a saber por uma reportagem da RTP, de mais um escândalo aonde o dinheiro daqueles que a quem o poder político-financeiro manda apertar o cinto, é gasto em pagamentos a assessores político, dos custos do parlamento, da presidência da república, etc.

Apesar de esta canção ter sido escrita em 1969, e ter algumas indirectas ao regime facista, ao ouvir a desfolhada não pode deixar associar o excerto transcrito ao estado actual do nosso país. Não é mais do que uma "casca de noz desamparada" ao sabor dos ventos da troika, de uma classe política incapaz de ter sentimentos pela pobreza e miséria que vem atingido cada vez mais portugueses, onde o que interessa é ceder aos interesses de um sistema capitalistas, cujo o sector financeiro é o único responsável pelos sacrifícios que o nosso povo está a fazer.

Abraço a todos os meus seguidores.

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