quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Enfermeiro despede-se de Cavaco Silva antes de emigrar e implora para não criar “imposto” às lágrimas e saudade

Enfermeiro despede-se de Cavaco Silva antes de emigrar e implora para não criar “imposto” às lágrimas e saudade - Política - PUBLICO.PT


É triste constatar que o Estado gaste anualmente milhares de euros, bem como as propinas pagas pelos estudantes, na formação destes profissionais, para depois depararmos com notícias destas.

É sabido que quando concorre-se ao curso de enfermagem, que em termos de colocação o mercado de trabalho não está nada fácil, mas também é verdade que há bastantes anos que o sindicato dos enfermeiros vem alertando para a  falta destes profissionais nos serviços públicos, mas nada se tem feito para colmatar estas insuficiências(ao contrário dos médicos), quer regularizar a situação de centenas de enfermeiros em situação de precariedade laboral.
À poucos dias, os sindicatos dos médicos chegaram a um acordo com o governo, e digam o que disserem, a classe médica saiu-se muito bem, porque continua a ter um forte "lobby" no país, e não é tão massacrada como outras classes profissionais ao serviço do Estado.

Durante os próximos anos continuarão a sair mais enfermeiros das escolas, os cortes orçamentais na saúde serão mais acentuados, os grupos privados de saúde irão dispensar mais funcionários, o que levará a uma maior massificação de enfermeiros desempregados.
Uma das soluções que estes profissionais irão encontrar é a emigração.

A massificação de enfermeiros para o estrangeiro que Portugal irá assistir, não se deve exclusivamente a um problema interno, mas sim de políticas erradas dos países que agora procuram estes profissionais.
Durante décadas vários países europeus embalados pelo crescimento económico, decidiram apostar em cursos superiores nesta área em detrimento dos cursos de saúde. Com o envelhecimento da população, e consequentemente maior procura de cuidados de saúde, este países sentem falta de mão-de-obra especializada, o que leva a que os jovens portugueses, como estes da notícia, deixarem tudo para trás e recomeçar uma nova vida num país que os saiba acolher e que lhe dêem o devido valor.

Abraço a todos os leitores deste blog.











segunda-feira, 8 de outubro de 2012



"Oh minha terra
minha aventura
casca de noz
desamparada.
Oh minha terra
minha lonjura
por mim perdida
por mim achada."
(Simone de Oliveira - Desfolhada)

Deixo-vos mais uma canção que é um marco na nossa história.
Como se sabe, numa época aonde a censura era bastante activa, esta música escrita pelo "génio" José Carlos Ary dos Santos e a garra da "Simone de Oliveira" foi um safanão numa sociedade de falsos moralismos, onde a pobreza, uma guerra colonial desvastadora, deram o início de um " vento de mudança" que resultaria no 25 de Abril de 1974.

Como previa, a alternativa á subida da TSU foi resolvida com mais subida de impostos seguido de um discurso de ministro das finanças em que valoriza o povo pelo "apertão de cinto" que tem feito.
Já não há pachorra para os discursos daquele homem, nem de qualquer membro do governo, e até mesmo para alguns discursos de comentadores da nossa praça, que hoje sabem muito bem avaliar a situação do país e as medidas de austeridade, mas que há poucos anos atrás desta crise começar não se ralavam com os gastos do estado, nem com a corrupção há muito instalada.

Esta sexta-feira passada ficamos a saber por uma reportagem da RTP, de mais um escândalo aonde o dinheiro daqueles que a quem o poder político-financeiro manda apertar o cinto, é gasto em pagamentos a assessores político, dos custos do parlamento, da presidência da república, etc.

Apesar de esta canção ter sido escrita em 1969, e ter algumas indirectas ao regime facista, ao ouvir a desfolhada não pode deixar associar o excerto transcrito ao estado actual do nosso país. Não é mais do que uma "casca de noz desamparada" ao sabor dos ventos da troika, de uma classe política incapaz de ter sentimentos pela pobreza e miséria que vem atingido cada vez mais portugueses, onde o que interessa é ceder aos interesses de um sistema capitalistas, cujo o sector financeiro é o único responsável pelos sacrifícios que o nosso povo está a fazer.

Abraço a todos os meus seguidores.

terça-feira, 2 de outubro de 2012




                                                   "É a hora!"



Por motivos profissionais não tem sido possível dado a atenção a este blog, mas isso não quer dizer que tenha abstraído da essência que este blog foi criado.

Um sistema capitalista que se encontra soterrado na própria crise que criou, e que para saír deste cenário continua a pedir sacrifícios a quem menos pode, os sacrificados começam a afirmação a sua revolta e repúdio pelos parasitas que nos governam(caso dos gregos e espanhóis).

Se por um lado, foi preciso o país chegar a esta situação para que os portugueses acordassem a chama cívica-política que estava apagada e "serena", por outro lado, continuo a achar que ainda falta muito para que o nosso povo, bem como o europeu, acordem de vez e digam "não" a esta resignação que este sistema capitalista nos quer impingir.

Com a subida da TSU derrota nas ruas, começa a discussão do Orçamento de Estado para 2013, que será marcado por mais medidas de austeridade que vão ser impostas, que trarão mais miséria, mais desespero e que o resultado nas contas públicas não será o esperado.
Sempre fui uma pessoa de consicência cívica e política bastante activa, e o meu local de trabalho é um bom observatório de como a crise bateu fundo, ver como as pessoas geram o salário e vão sobrevivendo um dia de cada vez.

Se 2012 esta a ser um ano muito mau, o ano de 2013 será ainda muito mais. Continuamos rodeados por políticos que continuam a não mexer na verdadeira essência da despesa pública e do déficit, preferindo ir pelo caminho mais fácil com discursos demagogos que já ninguém acredita.

Apesar de não gostar muito de Fernando Pessoa(apesar de reconhecer o seu génio), nunca este seu poema me pareceu tão actual ao reflectir o estado do nosso país.

Não é D. Sebastião que irá salvar o país, mas quero acreditar que "É a hora" em que o nosso povo irá dizer basta, e que através da luta consiga criar uma alternativa a esta situação em que vivemos.
Abraço fechado a todos(as) que lêem este blog.