sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

                             Consumismo vs espírito natalício





Ola a todos(as).
Com a chegada da quadra natalícia, assistimos a grandes ondas: a da solidariedade com as pessoas que não nos lembramos durante o ano; do consumismo exagerante que leva me muitas vezes a questionar o quanto as pessoas queixam-se da crise, a onda de doces natalícios que encontramos em qualquer esquina e que nos levam a uns quilinhos a mais.

Como venho de uma família tradicional, o natal sempre foi a reunião da família. Recordo-me dos natais na terra dos meus avós, á lareira, as mulheres da famílias a volta dos doces e da comida, dos coscorões acabados de sair da frigideira e que surripava da travessa, do bacalhau cozido no forno a lenha da minha avó, da espera pela meia-noite pela abertura das prendas,e ainda anos mais tarde, quando vestia de pai natal e dava os brinquedos aos meus primos mais novos.
Com o tempo resumi a oferta de prendas aos familiares mais chegados, preferindo o convívio com a família e julgo que é esse o verdadeiro espírito do natal.
Todos os anos, o meu grupo de amigos decide organizar a noite de réveillon em que passamos essa noite todos juntos, a confraternizar e no final existe uma troca de prendas de um valor simbólico.

Hoje assiste-se a um consumismo desenfreado nesta época natalícia que me deixa verdadeiramente espantado. As empresas investem em força no marketing, chegando ao ponto de uma pessoa enjoar de ver tantos spots publicitário de brinquedos para crianças.
Um colaborador de um hipermercado da minha cidade, contou-me que nos dias 3 e 4 de Novembro em que se fez a promoção de desconto de 50% em cartão, só nesses dois dias facturaram €200.000,00.
Por isso, não é muito difícil prever que este mês que as pessoas gastem quantias exorbitantes em prendas.

Entendo que no caso das crianças, e como nós já o fomos, é normal que se ofereça prendas. Mas, impressiona-me o dinheiro gasto em prendas, doces natalícios, mas não se é capaz de matar a fome a alguém que ande a "mendigar" algo que comer.
Exemplo disto assisti a semana passada numa pastelaria, a uma senhora muito bem vestida e maquilhada(chame-mo-lhe bomboca), gastar uma boa quantia em vários doces(e caros) doces natalícios. A mulher tira da carteira uma nota de €50,00 e arrecadou o devido troco. Cá fora estava uma mulher desempregada na casa dos 50 anos(que por acaso conheço-a), a pedir dinheiro e a bomboca recusou dar dinheiro justificando-se "isto está mau.tenha paciência".
Pessoas que compram bolo-rei a €15,00/kg, coscorões a €11,00/kg, filhoses a €12,00/kg, não têm uma moeda para dar a uma pessoa que pede para comer, e ainda dizem para ter paciência!?
Ou estou habituado a ajudar a minha mãe nos doces e não os compro em pastelarias, ou os preços que referi atrás e que estavam expostos na vitrina são um autêntico roubo, e isso sim, estamos perante o fim do mundo.(lol)

Resta-me desejar a todo vocês, os votos de um bom natal e uma boa missa do galo(para quem é praticante católico).
Abraço fechado =)